domingo, 19 de junho de 2011



When life gives you lemons...




© little black spot | 2011




Até pode ser uma contigência dos lugares comuns - todos os anos, a primavera, oferece os seus frutos, e todos os anos os colhemos, depois de saber de cor o seu sabor -, mas a limonada tem dotes de fluído essencial, me a carne do seu fruto está cheia de implicações poéticas.





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posted by saturnine | 23:04 | 2 Comentários


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sábado, 11 de junho de 2011



Estava tão distraída com a crise que até me esqueci de celebrar






O little black spot completou, há precisamente um mês, oito anos de existência. Oh, céus, estamos a ficar crescidos.





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posted by saturnine | 11:25 | 5 Comentários


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sexta-feira, 10 de junho de 2011



A thing of beauty is a joy forever


Sendo verdade que o little black spot nunca foi um blog político, por outro lado sempre quis ser um blog espacial - não é especial, é mesmo espacial. Como eu, que quando fosse grande queria ser astronauta (o que nunca foi uma boa solução para a agorafobia).


Uma das grandezas do Tree of Life, de Terrence Malick, reside na eloquência do indizível. A certeza de uma transcendência, que pode ser traduzida em fábula religiosa, ou em puro espanto cósmico. Eu prefiro o caminho do silêncio reverente. A mera existência espanta-me. A improbabilidade de eu ter um corpo, que respira, que pulsa, que pensa, e que é feito exactamente da mesma matéria que todo o resto do universo. Muito antes de me ter interessado sobre os factos da vida quotidiana, já sabia de cor o nome de meia dúzia de objectos do catálogo de Messier. Ainda hoje, a mera contemplação de algo assim só me faz ter vontade de chorar:






M42, NGC 1977 (Orion Nebula)
© Antonio Torres






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posted by saturnine | 13:58 | 0 Comentários


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Oh vá lá,










sabes que no fundo era para que pudesses começar com um "ninguém me perguntou nada, mas", que é a melhor forma de se dizer coisas na internet.



Mas, já agora, fala-me mais desse Na Solidão dos Campos de Algodão, que tem ar de ser coisa apetitosa.





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posted by saturnine | 11:09 | 2 Comentários


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quarta-feira, 8 de junho de 2011




«She is a tree of life to those who take hold of her;
those who hold her fast will be blessed.


Her ways are pleasant ways,
and all her paths are peace.»


Proverbs 3:17-18





Gustav Klimt | The Tree of Life (Fullfilment)






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posted by saturnine | 14:05 | 0 Comentários


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posted by saturnine | 01:23 | 0 Comentários


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segunda-feira, 6 de junho de 2011



Voltando ao que interessa






Li ontem A Pantera, de Ana Teresa Pereira. Faltou qualquer coisa, não fascinou. Há algo que me intriga e que, por impossibilidade de distanciamento, não consigo discernir correctamente: é a autora que alterna textos belíssimos com outros claramente menores, ou é o meu vício que atenua o ecanto, apagando a cintilância da sua escrita?

Neste livro, uma vez mais, é a mesma história revisitada. Os escritores e as suas personagens, os seus demónios, o perpétuo combate entre ficção e realidade. Mas pensava que depois de Quando atravessares o rio o reaparecimento de Kate e Tom seria mais inequietante, levantando um pouco mais a ponta do véu, ainda que, com isso, descobrindo as sombras de outros monstros escondidos. Este livro soube-me a pouco, e ainda que me tenha parecido mais complexo do que à primeira vista pode parecer, o facto de não me ter impressionado irremediavelmente fá-lo parecer claramente menor.

Tenho achado que Ana Teresa Pereira exercita melhor a sua singularidade, nos últimos anos, quando se desprende dessa história antiga que ameaça tornar-se demasiado familiar para que possa inquietar ou angustiar. O seu estilo é mais refinado em obras como O Verão Selvagem dos Teus Olhos ou A Outra. Tenho vontade de ver, cada vez mais, outros castelos, outros jardins, outros fantasmas. Tenho vontade de voltar a surpreender-me com o inesperado.





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posted by saturnine | 16:44 | 0 Comentários


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Hélas


O little black spot nunca foi - nem de raspão - um blog político. A minha juventude permitiu-me, durante muito tempo, habitar a minha concha, voltada exclusivamente para as pequenas coisas - os livros, a música, os grandes e terríveis amores, as estações, a poesia da vida quotidiana, um ou outro apontamento de beleza ou de horror. Permitiu-me, durante um tempo mais do que razoável, manter-me a salvo da chatice da dura realidade dos telejornais - resguardei-me tanto quanto pude do terror da actualidade. Sempre me preocupou mais o existencialismo, a condição humana em geral, do que a existência em si mesma, a vida das pessoas em particular. Digamos que me dei ao luxo de, anos a fio, praticar uma espécie de abstinência opinativa, que por estes dias tenho que interromper, porque me vejo a ter pesadelos durante a noite e a acordar para uma realidade que, infelizmente, não foi apenas parte de um sonho mau. Tenho que sair da minha concha porque já não consigo entrincheirar-me dentro dela contra a estupidez - já não está trancada do lado de fora, invade tudo, tudo, faz-me perder a concentração para aquilo que realmente importa - as coisas sem importância.



Há aqui um belo resumo dos perigos do status quo. O que aí vem - e não é pela mão da troika - é o pão que o diabo amassou, e eu quase seria capaz de dizer "bem feita, depois não digam que não foram avisados", não fossemos todos ter que comê-lo, justa e injustamente. Pelos visto, há um certo tipo de saudosismo muito português que, finalmente, venceu. Para mal de todos nós.





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posted by saturnine | 15:26 | 12 Comentários


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domingo, 5 de junho de 2011



A Relógio d'Água já se pareceu com as outras editoras...







... mas felizmente passou-lhe.







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posted by saturnine | 22:02 | 6 Comentários


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Quando tudo o resto parece falhar, podemos sempre regressar às origens:


O que esperamos na ágora reunidos?

É que os bárbaros chegam hoje.

Por que tanta apatia no senado?
Os senadores não legislam mais?

É que os bárbaros chegam hoje.
Que leis hão de fazer os senadores?
Os bárbaros que chegam as farão.

Por que o imperador se ergueu tão cedo
e de coroa solene se assentou
em seu trono, à porta magna da cidade?

É que os bárbaros chegam hoje.
O nosso imperador conta saudar
o chefe deles. Tem pronto para dar-lhe
um pergaminho no qual estão escritos
muitos nomes e títulos.

Por que hoje os dois cônsules e os pretores
usam togas de púrpura, bordadas,
e pulseiras com grandes ametistas
e anéis com tais brilhantes e esmeraldas?
Por que hoje empunham bastões tão preciosos
de ouro e prata finamente cravejados?

É que os bárbaros chegam hoje,
tais coisas os deslumbram.

Por que não vêm os dignos oradores
derramar o seu verbo como sempre?

É que os bárbaros chegam hoje
e aborrecem arengas, eloquências.

Por que subitamente esta inquietude?
(Que seriedade nas fisionomias!)
Por que tão rápido as ruas se esvaziam
e todos voltam para casa preocupados?

Porque é já noite, os bárbaros não vêm
e gente recém-chegada das fronteiras
diz que não há mais bárbaros.

Sem bárbaros o que será de nós?
Ah! eles eram uma solução.


Konstantinos Kavafis, À espera dos bárbaros






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posted by saturnine | 20:21 | 0 Comentários


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O terrível desgosto de viver num país de pessoas estúpidas


Os dias de reflexão são uma farsa indesculpável, e ainda mais quando não há, claramente, massa crítica na população que suponha, sequer, predisposição (senão mesmo capacidade) para reflectir.

Primeiro desgosto: com abstenção acima dos 40%, sinto vergonha de respirar o mesmo ar que os gnus que habitam este país.

Segundo desgosto: com uma abécula como Presidente da República e agora, ao que parece, um banana com o Primeiro-ministro, o desgosto é maior do que a minha dignidade de cidadã consegue aguentar.





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posted by saturnine | 20:11 | 5 Comentários


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quarta-feira, 1 de junho de 2011



Back online


Em tempos, mantinha uma chafarica, mais ou menos organizada, semi-actualizada, como arquivo das minhas divagações criativas. Agora, como andava a precisar de um passatempo e não tenho jeito nenhum para o tricot, reanimei-a. Convido-vos a visitar. Ainda é um work in progress, but then again, aren't we all?







little black spot, the saturnine
(i have promises to keep, and miles to go before i sleep)






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posted by saturnine | 15:49 | 4 Comentários


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spot player special




"us people are just poems"
[ani difranco]


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calamity.spot[at]gmail.com



~*. through the looking glass .*~




little black spot | portfolio
Baucis & Philemon | tea for two
os dias do minotauro | against demons
menina tangerina | citrus reticulata deliciosa
the woman who could not live with her faulty heart | work in progress
pale blue dot | sala de exposições
o rosto de deus | fairy tales








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~*. rearview mirror .*~


maio 2003 . junho 2003 . julho 2003 . agosto 2003 . setembro 2003 . outubro 2003 . novembro 2003 . dezembro 2003 . janeiro 2004 . fevereiro 2004 . março 2004 . abril 2004 . maio 2004 . junho 2004 . julho 2004 . agosto 2004 . setembro 2004 . outubro 2004 . novembro 2004 . dezembro 2004 . janeiro 2005 . fevereiro 2005 . março 2005 . abril 2005 . maio 2005 . junho 2005 . julho 2005 . agosto 2005 . setembro 2005 . outubro 2005 . novembro 2005 . dezembro 2005 . janeiro 2006 . fevereiro 2006 . março 2006 . abril 2006 . maio 2006 . junho 2006 . julho 2006 . agosto 2006 . setembro 2006 . outubro 2006 . novembro 2006 . dezembro 2006 . janeiro 2007 . fevereiro 2007 . março 2007 . abril 2007 . maio 2007 . junho 2007 . julho 2007 . agosto 2007 . setembro 2007 . outubro 2007 . novembro 2007 . dezembro 2007 . janeiro 2008 . fevereiro 2008 . março 2008 . abril 2008 . maio 2008 . junho 2008 . julho 2008 . agosto 2008 . setembro 2008 . outubro 2008 . novembro 2008 . dezembro 2008 . janeiro 2009 . fevereiro 2009 . março 2009 . abril 2009 . maio 2009 . junho 2009 . julho 2009 . agosto 2009 . setembro 2009 . outubro 2009 . novembro 2009 . dezembro 2009 . janeiro 2010 . fevereiro 2010 . março 2010 . maio 2010 . junho 2010 . julho 2010 . agosto 2010 . outubro 2010 . novembro 2010 . dezembro 2010 . janeiro 2011 . fevereiro 2011 . março 2011 . abril 2011 . maio 2011 . junho 2011 . julho 2011 . agosto 2011 . setembro 2011 . outubro 2011 . janeiro 2012 . fevereiro 2012 . março 2012 . abril 2012 . maio 2012 . junho 2012 . setembro 2012 . novembro 2012 . dezembro 2012 . janeiro 2013 . janeiro 2014 .


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~*. spying glass .*~


a balada do café triste . ágrafo . albergue dos danados . almanaque de ironias menores . a natureza do mal . animais domésticos . antologia do esquecimento . arquivo fantasma . a rute é estranha . as aranhas . as formigas . as pequenas estruturas do ócio . atelier de domesticação de demónios . atum bisnaga . auto-retrato . avatares de um desejo . baggio geodésico . bananafish . bibliotecário de Babel . bloodbeats . caixa-de-lata . casa de cacela . chafarica iconoclasta . coisa ruim . com a luz acesa . comboio de fantasmas . complicadíssima teia . corpo em excesso de velocidade . daily make-up . detective cantor . dias com árvores . dias felizes . e deus criou a mulher . e.g., i.e. . ein moment bitte . em busca da límpida medida . em escuta . estado civil . glooka . i kant, kant you? . imitation of life . isto é o que hoje é . last breath . livros são papéis pintados com tinta . loose lips sink ships . manuel falcão malzbender . mastiga e deita fora . meditação na pastelaria . menina limão . moro aqui . mundo imaginado . não tenho vida para isto . no meu vaso . no vazio da onda . o amor é um cão do inferno . o leitor sem qualidades . o assobio das árvores . paperback cell . pátio alfacinha . o polvo . o regabofe . o rosto de deus . o silêncio dos livros . os cavaleiros camponeses no ano mil no lago de paladru . os amigos de alex . Paris vs. New York . passeio alegre . pathos na polis . postcard blues . post secret . provas de contacto . respirar o mesmo ar . senhor palomar . she hangs brightly . some variations . tarte de rabanete . tempo dual . there is only 1 alice . tratado de metatísica . triciclo feliz . uma por rolo . um blog sobre kleist . vazio bonito . viajador


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~*. the bell jar .*~



os lugares comuns: against demons . all work and no play . compêndio de vocações inúteis  .  current mood . filosofia e metafísica quotidiana . fruta esquisita menina aflita . inventário crescente de palavras mais-que-perfeitas . miles to go before I sleep . música no coração  .  música para o dia de hoje . o ponto de vista dos demónios . planos para dominar o mundo . this magic moment  .  you came on like a punch in the heart . you must believe in spring


egosfera: a infância . a minha vida dava um post . afirmações identitárias . a troubled cure for a troubled mind . april was the cruellest month . aquele canto escuro que tudo sabe . as coisas que me passam pela cabeça . fruto saturnino (conhecimento do inferno) . gotham style . mafarricar por aí . Mafia . morto amado nunca mais pára de morrer . o exílio e o reino . os diálogos imaginários . os infernos almofadados . RE: de mail . sina de mulher de bandido . the woman who could not live with her faulty heart . um lugar onde pousar a cabeça   .  correio sentimental


scriptorium: (des)considerações sobre arte . a noite . and death shall have no dominion . angularidades . bicho escala-estantes . do frio . do medo . escrever . exercícios . exercícios de anatomia . exercícios de respiração . exercícios de sobrevivência . Ítaca . lunário . mediterrânica . minimal . parágrafos mínimos . poemas . poemas mínimos . substâncias . teses, tratados e outras elocubrações quase científicas  .  um rumor no arvoredo


grandes amores: a thing of beauty is a joy forever . grandes amores . abraços . Afta . árvores . cat powa . colectânea de explicações avulsas da língua portuguesa  .  declaração de amor a um objecto . declaração de amor a uma cidade . desolação magnífica . divas e heróis . down the rabbit hole . drogas duras . drogas leves . esqueletos no armário . filmes . fotografia . geometrias . heart of darkness . ilustraçãoinício . matéria solar . mitologias . o mar . os livros . pintura . poesia . sol nascente . space is the place . the creatures inside my head . Twin Peaks . us people are just poems . verão  .  you're the night, Lilah


do quotidiano: achados imperdíveis . acidentes quotidianos e outros desastres . blogspotting . carpe diem . celebrações . declarações de emergência . diz que é uma espécie de portfolio . férias  .  greves, renúncias e outras rebeliões . isto anda tudo ligado . livro de reclamações . moleskine de viagem . níveis mínimos de suporte de vida . o existencialismo é um humanismo . só estão bem a fazer pouco


nomes: Aimee Mann . Al Berto . Albert Camus . Ana Teresa Pereira  . Bauhaus . Bismarck . Björk . Bond, James Bond . Camille Claudel . Carlos de Oliveira . Corto Maltese . Edvard Munch . Enki Bilal . Fight Club . Fiona Apple . Garfield . Giacometti . Indiana Jones . Jeff Buckley  .  Kavafis . Klimt . Kurt Halsey . Louise Bourgeois . Malcolm Lowry . Manuel de Freitas . Margaret Atwood . Marguerite Duras . Max Payne . Mia Couto . Monty Python . Nick Drake . Patrick Wolf  .  Sophia de Mello Breyner Andresen . Sylvia Plath . Tarantino . The National . Tim Burton


os outros: a natureza do mal . amigos . dedicatórias . em busca da límpida medida . retalhos e recortes



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...it's full of stars...


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