segunda-feira, 31 de outubro de 2005




duas ou três razões por que me apaixonei pelo salinger


«Ficou sentado a fumar e a tentear com a língua. Depois, abruptamente, familiarmente,e, como de costume, sem nenhum aviso, pareceu-lhe sentir que o seu espírito se deslocava e vacilava, como a bagagem mal segura num porta-bagagens do comboio.»


(...)


«Agora, pela terceira vez desde que regressara do hospital, abriu o livro dela e leu a breve dedicatória na página de guarda. Escritas a tinta, em alemão, numa letra pequena, desesperadamente sincera, liam se as palavras: "Meu Deus, a vida é um inferno." Nada antes, nem nada a seguir. Solitárias na página, na quietude doentia do quarto, as palavras pareciam assumir a dimensão de uma máxima incontestável, clássica até. X ficou de olhos pregados na página durante vários minutos, tentando, contra ventos e marés, não ser arrastado.»

Para Esmé - com amor e sordidez



* * *



«Houve três ou quatro vezes que, ao ver o que havia nos envelopes deles, estive para me levantar e apresentar um protesto formal a M. Yoshoto. Mas não tinha uma dieia clara da forma que o meu protesto deveria tomar. Acho que tinha medo que pudesse ir à mesa dele só para declarar, esganiçado: "A minha mãe morreu e eu tenho de viver com o encantador marido dela, e ninguém fala francês em Nova Iorque, e não há nenhumas cadeiras no quarto do seu filho. Como pode esperar que eu ensine estes dois malucos a desenhar?" Mas afinal, com o meu longo treino em manter o desespero açaimado, acabei por conseguir com toda a facilidade ficar no meu lugar


(...)


«Quando estava quase a adormecer, fizeram-se ouvir os gemidos no quarto dos Yoshotos, do outro lado da parede. Imaginei os dois Yoshotos a vir ter comigo na manhã seguinte a pedir-me, a implorar, que ouvisse o secreto problema deles, até ao mínimo, terrível, pormenor. Via exactamente como seria. Eu, sentado entre os dois à mesa da cozinha, ouvindo um e outro. Ouvia, ouvia, ouvia, com a cabeça entre as mãos - até que finalmente, não podendo aguentar mais, enfiava a mão pela garganta abaixo de Madame Yoshoto, agarrava o coração dela e aquecia-o como se faz a um passarinho. Depois, quando tudo ficasse como deve ser, mostrava aos Yoshotos os trabalhos da irmã Irma, e eles partilhariam da minha alegria.

Os factos são sempre óbvios demasiado tarde, mas a diferença mais singular entre a felicidade e a alegria é que a felicidade é um sólido e a alegria um líquido



(...)


«Quando estava de volta de onde quer que eu tenha passado o fim do dia - e lembro-me que era depois doe scurecer -, detive-me no passeio em frente à escola e olhei para a montra da loja de próteses ortopédicas. E então aconteceu uma cosia absolutamente horrível. Fui possuído pelo pensamento de que por mais serenamente, ou mais sensatamente, ou mais graciosamente, que eu pudesse algum dia aprender a viver a minha vida, nunca passaria, na melhora dos casos, de um visitante num jardim de urinóis e aparadeiras esmaltados, com uma deidade-manequim, cega, em madeira, postada a meu lado com uma funda hernial de pechisbeque. Este pensamento, como é natural, não seria suportável pro mais do que uns segundos. Lembro-me de subir as escadas a correr até ao meu quarto, de me despir e de me enfiar na cama sem sequer abrir o meu diário, e muito menos escrever alguma coisa.»

A fase azul de Daumier-Smith



JD Salinger | Nove Contos





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posted by saturnine | 11:44 | 0 Comentários


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quinta-feira, 27 de outubro de 2005




mínimo















mesmo se ensaio
erro o gesto
é cedo ainda.



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posted by saturnine | 22:41 | 0 Comentários


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littleblackspoteando



Egon Schiele | Autumn Trees


sou indiscutivelmente um ser do outono. nasci em redor do equinócio, foi a primeira estação que conheci. e em nenhuma outra altura o mundo me faz tanto sentido. porque eu sei que sou das raízes e da terra, e tudo em mim se prepara para habitar as profundezas. gosto deste recolhimento, das promessas implícitas nesta simulação de morte. gosto da nudez das árvores. dos passos constrangidos pelo vento. gosto do que no outono há de cinzas e renovação. gosto da densidade das palavras, que têm que ser mais medidas, para se ajustarem à estreiteza dos dias. gosto do que é triste, no outono.


* * *


nunca pensei ouvir-me (ou ler-me) dizer isto, mas eu encontro muito encanto nos dias todos. alguma estranha metamorfose se operou em mim do ano anterior para este, não me reconheço. gostei do primeiro dia de chuva do ano, pós verão. tinha saudades. diz-me muito, a melancolia das ruas molhadas. e do vento, gosto do vento. não sei se porque vivi o primeiro inverno na serra, e lá em cima, o vento é uma coisa inexplicavelmente muito próxima do voo. atravessei o inverno a ler Dostoievski, pelo que é justo dizer que o frio me entrou fundo nos ossos e nas fibras imateriais. eu tenho saudades dos guarda-chuvas (que não uso, porque são um incómodo), dos cachecóis, do meu casaco cinzento de fazenda. e de calcar folhas secas e fotografar as árvores despidas e de chegar a casa com cheiro a castanhas assadas nos bolsos.

eu gosto de tudo. há muito mundo e eu gosto dele todo. pena é que não aguente muitas doses dele de uma vez só. e o problema é só esse. há demasiado frio e demasiado inverno. entristeço e anoiteço porque de facto os dias me roubam imensa luz e demoram imenso a devolvê-la. as estações do friam duram sempre demais. é um exílio que eu não aguento. a dado momento, necessito urgentemente de luz, e torno-me ser de verão. mas estou presa no inverno. como não haveria de acreditar que o mundo está todo fora da ordem? happy being sad.


* * *


foi com as árvores que aprendi a serena imobilidade das coisas perante o abandono e a morte. foi com as raízes que aprendi o gosto das mãos no interior da terra. foi com a certeza do húmus cheio de vida que aprendi a habitar as profundezas. os lugares chamam, e eu vou. tenho uma sede feita de estrada.




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posted by saturnine | 12:57 | 0 Comentários


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quarta-feira, 26 de outubro de 2005




across a carpet of stars



ainda me dói o passo indeciso rumo à floresta negra, onde tu não me segues, como dói o pé descalço sobre a brasa.



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posted by saturnine | 13:44 | 0 Comentários


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you're the night, lilah *


a noite é uma floresta. o meu peito é um ramo de cardos. estendo-me na escuridão como quem se deita no meio das árvores. dos distantes lugares do vento chegam-me vozes do interior da terra. cegam-me as memórias recortadas destes labirintos de paredes despojadas.





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* You're the night, Lilah. A little girl lost in the woods.
You're a folk tale, the unexplainable

You're a bedtime story. The one that keeps the curtains closed.
I hope you're waiting for me cause I can make it on my own.
I can make it on my own.


Morphine




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posted by saturnine | 12:51 | 0 Comentários


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terça-feira, 25 de outubro de 2005




ponto de situação

# não temos de nós o que chegue para contrapôr ao mundo.
# há excesso de mundo, tanta areia para tão pequeno camiãozinho.
# o minimalismo entranha-se até às fibras mais interiores. o silêncio sobrepõe-se. não restam ossos com que se façam corpos.
# uma falta imensa a doer no corpo, a carne viva, a noite inflamada sobre os lugares escuros do medo.
# o mundo desordenado, os lugares à procura da cartografia onde possam existir.
# o meu peito habitado de demónios.
# é muito o cansaço, o vazio e o medo. não lemos blogs, não escrevemos blogs. não escrevemos poemas. não escrevemos belas cartas. dói-nos a palavra sangrada sobre o branco, arrancada à força como um pedaço de carne onde a noite se afunda.
# não percebemos muito bem o que o tempo faz de nós. não sabemos bem o que será, que será.
# daqui para a frente, o little black spot é um lugar incerto como Avalon entre as brumas.



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domingo, 16 de outubro de 2005




o ponto de vista dos demónios #23


«Se não devemos voltar aos lugares onde fomos felizes (e há um quarto e uma varanda sobre os telhados que ainda surgem nos meus sonhos), nem para junto das pessoas com quem fomos felizes (e há um monstro de olhos azuis que espero nunca mais encontrar), uma das formas de felicidade em que acreditarei sempre é o regresso aos livros que num ou noutro momento foram a minha casa: uma novela de Henry James, um longo romance de Iris Murdoch, uma história de Truman Capote, os vales, charnecas, quedas de água, ribeiros e passagens rochosas das aventuras de Enid Blyton, que ainda fazem parte da minha geografia interior

O ponto de vista dos demónios | Ana Teresa Pereira





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quarta-feira, 12 de outubro de 2005




>>> miles to go before I sleep #18



She's been a long time on the phone
Courting disaster in an undertone
She's feeling nostalgic
and feeling that fall
How could anyone ever fight it
Who could ever expect to fight it when she
Builds that Wall



Maybe it's one where time will tell
Maybe it's one where it's just fare-thee-well
I hear her coming
As she walks down the hall
How could anyone ever fight it
Who could ever expect to fight it when she
Builds that Wall


I know the choice is made
I can tell, I said
By your guilty face
And I never was one to fight it
How does anyone ever fight it


You couldn't pin this one on me
You knew my thoughts so far as I could see
Well, I'd say it's hopeless
But you make the call
'Cause I never was one to fight it
And if given the chance I guess I'll learn to
Build that wall



Aimee Mann | Build That Wall



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posted by saturnine | 18:04 | 0 Comentários


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pure sensation | the beautiful downgrade
(going to hell again) *



entering Mangolia mode. all engines up.









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* Bauhaus



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sábado, 8 de outubro de 2005




# replay



para o Nelson, enquanto o CD não chega:







(...)
But don't fool yourself,
she was heartache from the moment that you met her.
My heart is frozen still
as I try to find the will
to forget her, somehow.
She's out there somewhere now.
(...)










Jeff Buckley | Forget Her



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posted by saturnine | 01:20 | 0 Comentários


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sexta-feira, 7 de outubro de 2005




hotel california


(...)
Mirrors on the ceiling
Pink champagne on ice
And she said
We are all just prisoners here
Of our own device
And in the master's chambers
They gathered for the feast
They stab it with their steely knives
But they just can't kill the beast
Last thing I remember
I was running for the door
I had to find the passage back to the place I was before
Relax said the nightman
We are programed to recieve
You can check out any time you like
But you can never leave




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posted by saturnine | 01:52 | 0 Comentários


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coisas que acontecem #6


às vezes apetece-me desligar as luzes no meio da auto-estrada, a 140 km/h.



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posted by saturnine | 01:50 | 0 Comentários


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spot player special




"us people are just poems"
[ani difranco]


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calamity.spot[at]gmail.com



~*. through the looking glass .*~




little black spot | portfolio
Baucis & Philemon | tea for two
os dias do minotauro | against demons
menina tangerina | citrus reticulata deliciosa
the woman who could not live with her faulty heart | work in progress
pale blue dot | sala de exposições
o rosto de deus | fairy tales








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~*. rearview mirror .*~


maio 2003 . junho 2003 . julho 2003 . agosto 2003 . setembro 2003 . outubro 2003 . novembro 2003 . dezembro 2003 . janeiro 2004 . fevereiro 2004 . março 2004 . abril 2004 . maio 2004 . junho 2004 . julho 2004 . agosto 2004 . setembro 2004 . outubro 2004 . novembro 2004 . dezembro 2004 . janeiro 2005 . fevereiro 2005 . março 2005 . abril 2005 . maio 2005 . junho 2005 . julho 2005 . agosto 2005 . setembro 2005 . outubro 2005 . novembro 2005 . dezembro 2005 . janeiro 2006 . fevereiro 2006 . março 2006 . abril 2006 . maio 2006 . junho 2006 . julho 2006 . agosto 2006 . setembro 2006 . outubro 2006 . novembro 2006 . dezembro 2006 . janeiro 2007 . fevereiro 2007 . março 2007 . abril 2007 . maio 2007 . junho 2007 . julho 2007 . agosto 2007 . setembro 2007 . outubro 2007 . novembro 2007 . dezembro 2007 . janeiro 2008 . fevereiro 2008 . março 2008 . abril 2008 . maio 2008 . junho 2008 . julho 2008 . agosto 2008 . setembro 2008 . outubro 2008 . novembro 2008 . dezembro 2008 . janeiro 2009 . fevereiro 2009 . março 2009 . abril 2009 . maio 2009 . junho 2009 . julho 2009 . agosto 2009 . setembro 2009 . outubro 2009 . novembro 2009 . dezembro 2009 . janeiro 2010 . fevereiro 2010 . março 2010 . maio 2010 . junho 2010 . julho 2010 . agosto 2010 . outubro 2010 . novembro 2010 . dezembro 2010 . janeiro 2011 . fevereiro 2011 . março 2011 . abril 2011 . maio 2011 . junho 2011 . julho 2011 . agosto 2011 . setembro 2011 . outubro 2011 . janeiro 2012 . fevereiro 2012 . março 2012 . abril 2012 . maio 2012 . junho 2012 . setembro 2012 . novembro 2012 . dezembro 2012 . janeiro 2013 . janeiro 2014 .


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~*. spying glass .*~


a balada do café triste . ágrafo . albergue dos danados . almanaque de ironias menores . a natureza do mal . animais domésticos . antologia do esquecimento . arquivo fantasma . a rute é estranha . as aranhas . as formigas . as pequenas estruturas do ócio . atelier de domesticação de demónios . atum bisnaga . auto-retrato . avatares de um desejo . baggio geodésico . bananafish . bibliotecário de Babel . bloodbeats . caixa-de-lata . casa de cacela . chafarica iconoclasta . coisa ruim . com a luz acesa . comboio de fantasmas . complicadíssima teia . corpo em excesso de velocidade . daily make-up . detective cantor . dias com árvores . dias felizes . e deus criou a mulher . e.g., i.e. . ein moment bitte . em busca da límpida medida . em escuta . estado civil . glooka . i kant, kant you? . imitation of life . isto é o que hoje é . last breath . livros são papéis pintados com tinta . loose lips sink ships . manuel falcão malzbender . mastiga e deita fora . meditação na pastelaria . menina limão . moro aqui . mundo imaginado . não tenho vida para isto . no meu vaso . no vazio da onda . o amor é um cão do inferno . o leitor sem qualidades . o assobio das árvores . paperback cell . pátio alfacinha . o polvo . o regabofe . o rosto de deus . o silêncio dos livros . os cavaleiros camponeses no ano mil no lago de paladru . os amigos de alex . Paris vs. New York . passeio alegre . pathos na polis . postcard blues . post secret . provas de contacto . respirar o mesmo ar . senhor palomar . she hangs brightly . some variations . tarte de rabanete . tempo dual . there is only 1 alice . tratado de metatísica . triciclo feliz . uma por rolo . um blog sobre kleist . vazio bonito . viajador


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~*. the bell jar .*~



os lugares comuns: against demons . all work and no play . compêndio de vocações inúteis  .  current mood . filosofia e metafísica quotidiana . fruta esquisita menina aflita . inventário crescente de palavras mais-que-perfeitas . miles to go before I sleep . música no coração  .  música para o dia de hoje . o ponto de vista dos demónios . planos para dominar o mundo . this magic moment  .  you came on like a punch in the heart . you must believe in spring


egosfera: a infância . a minha vida dava um post . afirmações identitárias . a troubled cure for a troubled mind . april was the cruellest month . aquele canto escuro que tudo sabe . as coisas que me passam pela cabeça . fruto saturnino (conhecimento do inferno) . gotham style . mafarricar por aí . Mafia . morto amado nunca mais pára de morrer . o exílio e o reino . os diálogos imaginários . os infernos almofadados . RE: de mail . sina de mulher de bandido . the woman who could not live with her faulty heart . um lugar onde pousar a cabeça   .  correio sentimental


scriptorium: (des)considerações sobre arte . a noite . and death shall have no dominion . angularidades . bicho escala-estantes . do frio . do medo . escrever . exercícios . exercícios de anatomia . exercícios de respiração . exercícios de sobrevivência . Ítaca . lunário . mediterrânica . minimal . parágrafos mínimos . poemas . poemas mínimos . substâncias . teses, tratados e outras elocubrações quase científicas  .  um rumor no arvoredo


grandes amores: a thing of beauty is a joy forever . grandes amores . abraços . Afta . árvores . cat powa . colectânea de explicações avulsas da língua portuguesa  .  declaração de amor a um objecto . declaração de amor a uma cidade . desolação magnífica . divas e heróis . down the rabbit hole . drogas duras . drogas leves . esqueletos no armário . filmes . fotografia . geometrias . heart of darkness . ilustraçãoinício . matéria solar . mitologias . o mar . os livros . pintura . poesia . sol nascente . space is the place . the creatures inside my head . Twin Peaks . us people are just poems . verão  .  you're the night, Lilah


do quotidiano: achados imperdíveis . acidentes quotidianos e outros desastres . blogspotting . carpe diem . celebrações . declarações de emergência . diz que é uma espécie de portfolio . férias  .  greves, renúncias e outras rebeliões . isto anda tudo ligado . livro de reclamações . moleskine de viagem . níveis mínimos de suporte de vida . o existencialismo é um humanismo . só estão bem a fazer pouco


nomes: Aimee Mann . Al Berto . Albert Camus . Ana Teresa Pereira  . Bauhaus . Bismarck . Björk . Bond, James Bond . Camille Claudel . Carlos de Oliveira . Corto Maltese . Edvard Munch . Enki Bilal . Fight Club . Fiona Apple . Garfield . Giacometti . Indiana Jones . Jeff Buckley  .  Kavafis . Klimt . Kurt Halsey . Louise Bourgeois . Malcolm Lowry . Manuel de Freitas . Margaret Atwood . Marguerite Duras . Max Payne . Mia Couto . Monty Python . Nick Drake . Patrick Wolf  .  Sophia de Mello Breyner Andresen . Sylvia Plath . Tarantino . The National . Tim Burton


os outros: a natureza do mal . amigos . dedicatórias . em busca da límpida medida . retalhos e recortes



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...it's full of stars...


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