segunda-feira, 29 de dezembro de 2003



black spot for baby


quem quer que sejas, como adivinhaste?





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posted by saturnine | 20:03 | 0 Comentários


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sem confusões


não é tristeza, isto. é susto. é rascunho, antecipação da noite longa. hoje distraí-me e (re)vi dois olhos abertos a observarem-me do fundo do escuro. foi 'aquele canto' que tudo sabe que perguntou por mim.





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posted by saturnine | 00:21 | 0 Comentários


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as sombras, ao fundo


custa-me talvez o ter-te pouco, fugitivo, disperso, partes de ti noutros lugares passados, e eu sem saber o que resta para que eu abrace e ame. é a noite, e a sua perfumada e clara coroa crescente. a música, o frio do Inverno, a falta súbita do lugar onde pousar a cabeça, esta comoção inesperada que me oprime.
amo-te como quem escala um abismo.





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posted by saturnine | 00:12 | 0 Comentários


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domingo, 28 de dezembro de 2003



chegar a tempo


este ano atrasei-me para tudo. estou desencontrada do meu próprio ritmo. não sei que fazer deste desconcerto. por isso, tal como não soube escrever sobre o Natal, muito menos seria capaz de um balanço de fim de ano. deixo-vos apenas com isto, a introspecção possível - o melhor post que li desde que cheguei à blogosfera [o que de mim diz aquilo que não posso]:


«O silêncio dos que amamos não é ambíguo como os outros. Seja lá o que for que não diga, é ferida, a certeza de um abandono.»
Sofia | Natureza do Mal





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posted by saturnine | 23:59 | 0 Comentários


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para uma noite frágil




Air | The Virgin Suicides B.S.O.


Playground Love
I'm a high school lover, and you're my favorite flavor.
Love is all, all my soul.
You're my Playground Love.
Yet my hands are shaking.
I feel my body [remain tense?], no matter, I'm on fire.
On the playground, love.
You're the piece of gold the flushes all my soul.
Extra time, on the ground.
You're my Playground Love.
Anytime, anyway,
You're my Playground Love.









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sábado, 27 de dezembro de 2003



the melancholic death of Oyster Boy and other stories




Her skin is white cloth,
And she's all sewn apart
And she has many colored pins
Sticking out of her heart.

She has a beautiful set
Of hypno-disk eyes,
The ones that she uses
To hypnotize guys.

She has many different zombies
Who are deeply in her trance.
She even has a zombie
Who was originally from France.

But she knows she has curse on her
A curse she cannot win.
For if someone gets
Too close to her,

The pins stick farther in.



...



Life isn't easy
For the Pin Cushion Queen
When she sits on her throne
Pins push through her spleen.








coming soon: Tim Burton





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os frutos




prolongo a acidez, recordo noites distantes, o vento na face, o rio para lá da estrada, a claridade inesperada da imensa noite negra. aconchego a saudade como um fruto. sacio a sede de palavras na acidez que construo.





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posted by saturnine | 00:36 | 0 Comentários


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é assim o inverno





chega o tempo das laranjas. das camisolas brancas, dos cachecóis às riscas, das mãos que finalmente sucumbem às luvas, gelando por baixo da lã a ausência habitual. é tempo de abrir as janelas de par em par, deixar entrar a claridade breve das manhãs de sol. é quase tempo dos dias que crescem. se fecho os olhos por um instante, se me descuido, é subitamente verão e não fechei ainda todos os livros espalhados pela casa. sento-me na pedra fria e murmuro palavras improváveis. espero-te ainda.


é tempo de laranjas
de dedos em ferida
descascando gomos
de um corpo semelhante ao sol
que transporta em si qualquer coisa
doce
ácida
escarlate
necessária
para que seja possível
conhecer-se o sabor de Janeiro.

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posted by saturnine | 00:27 |


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sexta-feira, 26 de dezembro de 2003



now what?





eu não sabia ainda. não tinha organizado o pensamento. isto é, era-me incompreensível não ter - de todo - escrito sobre o Natal. agora percebo. não era ainda tempo. ou não cheguei eu a tempo, atrasei-me no enlevo do solstício. sabem-me estes dias a fruto caído verde da árvore.

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terça-feira, 23 de dezembro de 2003



unplugged




lamentavelmente, estou com precário acesso à internet, e logo com o Natal à porta. :( não sei quando voltarei a sentar-me frente a um monitor que me mostre notícias dos blogs. :( não enviei sequer (ainda) um único mail de Boas Festas aos amigos. :( isto não está a correr bem. fica a promessa de que os vossos mails seguirão tão breve quanto me for possível. é suposto nesta altura acreditarmos em pequenos milagres, não é? B(

posted by saturnine | 16:31 |


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domingo, 21 de dezembro de 2003



on the bound


quando ouvi Fiona Apple pela primeia vez era Inverno. escondi-me muitas vezes do frio naquela voz. numa música em especial encontro-me inteira, o que era na altura, possivelmente o que sou ainda hoje. trouxe-me a certeza de que o peito que dói e as mãos que gelam em todo o lado são tristes ou perseverantes da mesma forma.


All my life is on me now
Hail the pages turning
And the future's on the bound
Hell don't know my fury

You're all I need, you're all I need, you're all I need
You're all I need, you're all I need, you're all I need
You're all I need
And maybe some faith would do me good


I don't know what I'm doing, don't know should I change my mind
I can't decide, there's too many variations to consider
No thing I do don't do no thing but bring me more to do
It's true, I do imbue by blue unto myself, I make it bitter

Baby, lay your head on my lap one more time
Tell me you belong to me
Baby say that it's all going to be alright
I believe that it isn't

You're all I need, you're all I need, you're all I need
You're all I need, you're all I need, you're all I need
You're all I need

And maybe some faith would do me good
And maybe some faith would do me good
And maybe some faith would do me good


On the Bound | When the Pawn...




é indubitavelmente, para mim, um dos melhores álbuns que conheço. possivelmente o meu predilecto.





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sexta-feira, 19 de dezembro de 2003



o natal é quando um homem quiser



posted by saturnine | 20:44 | 0 Comentários


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por causa disto ando ausente









acontece que descobri o jogo perfeito para mim. semelhante a descobrir algo sobre a minha verdadeira natureza. por enquanto, uma mafiosa no conforto do lar. B)





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quarta-feira, 17 de dezembro de 2003



o rei lagarto




Riders on the storm
Riders on the storm
Into this house we're born, into this world we're thrown
Like a dog without a bone, an actor out alone,
Riders on the storm
There's a killer on the road, his brain is squirmin' like a toad
Take a long holiday, let your children play
If ya give this man a ride, sweet family will die
Killer on the road, yeah
Girl ya gotta love your man
Girl ya gotta love your man
Take him by the hand, make him understand
The world on you depends, our life will never end
Gotta love your man, yeah, wow!
Riders on the storm
Riders on the storm
Into this house we're born, into this world we're thrown
Like a dog without a bone, an actor out alone
Riders on the storm, Riders on the storm...

[deu-me as saudades. afinal não foi passageiro. isto veio para ficar, e marca fundo cá dentro a alma humana.]





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i spy with my little eye


dois queridos amigos chegaram à blogosfera e com satisfação lhes dou as (atrasadas) boas-vindas:

poeira de estrelas
blog experimental

...

lembrar
sublinhar
castor de mármore
árvore das cassiopeias

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terça-feira, 16 de dezembro de 2003



as praias desertas continuam


nem sempre a tristeza é triste
por vezes é só outra coisa
qualquer
camisola velha pousada esquecida
num canto escuro do armário
mas na malha ainda a ideia prometida
da ternura
qualquer coisa como Jobim a rasgar
a noite, uma inútil paisagem

e se é inverno e as mãos gelam e o peito dói
imagino o abraço o cobertor a fogueira
aqueço-me
na própria ideia do calor.





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segunda-feira, 15 de dezembro de 2003



the love tunnel


persisto, contra todas as evidências. não sei se é de ti que gosto de mais, se é de mim que gosto de menos.





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sexta-feira, 12 de dezembro de 2003



carpe diem #2


Livin in a world that's oh so strange
Boy don't let your focus change
Takin out the demons in your range, hey
Livin in a world that's oh so fast
Gotta make your money last
Learn from the past, oh

Time's a wastin
Don't you take your time young man
Keep on driftin and
Ain't no tellin where you'll land

de Time's A Wastin' | Erykah Badu





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carpe diem


Gather ye rosebuds while ye may,
Old Time is still a-flying:
And this same flower that smiles to-day
To-morrow will be dying.

The glorious lamp of heaven, the sun,
The higher he's a-getting,
The sooner will his race be run,
And nearer he's to setting.

That age is best which is the first,
When youth and blood are warmer;
But being spent, the worse, and worst
Times still succeed the former.

Then be not coy, but use your time,
And while ye may, go marry:
For having lost but once your prime,
You may for ever tarry
.

To the Virgins, to Make Much of Time | Robert Herrick


para que não te esqueças de aproveitar o dia. e lembra-te: don't be anything less than everything you can be.






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dentro da absurda tristeza há ainda a alegria terna das pequenas coisas, dos pequenos momentos.
...gather ye rosebuds while ye may... | Robert Herrick





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posted by saturnine | 01:01 |


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estremecer


olha o meu peito aberto
em flor
grita arde lateja mas vive
estremeço *
- que é esvaziar-me o meu ofício -
no que abandono, no que te dou
é que existo.


* do Lat. extremescere
v. tr.,
fazer tremer;
causar tremor a;
abalar, sacudir;
sobressaltar, assustar;
amar em extremo.






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posted by saturnine | 00:23 |


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apesar da noite


mas há ainda a noite
sob os cobertores macios
uma presença morna
para dispersar o cansaço
um lugar de aconchego
- ainda que remoto e precário -
para que os medos se desmontem

como é terno o desencontro
quando sossega este choro imperceptível.




[para ti, que sossegas o meu peito, a própria noite que arde, que tens para mim um lugar de aconchego ocasional.]





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posted by saturnine | 00:15 |


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quarta-feira, 10 de dezembro de 2003



assombro


desconcertante é que tão grande tristeza caiba dentro de tão pequeno peito.
às vezes morre-se tanto, e tão cedo. | Al Berto





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terça-feira, 9 de dezembro de 2003



exercício #8


só queria que viesses, como quem vem de novo, pela primeira vez, que trouxesses contigo o perfume dos ventos de verão, a lembrança das manhãs azuis junto ao mar, quem sabe até uma nova promessa de eternidade - que desta vez se cumprisse. só queria que viesses, como se sempre só tivesses gostado de mim, que sacudisses dos meus passos a poeira do desencontro [sophia de mello breyner andresen].





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posted by saturnine | 23:55 | 0 Comentários


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em carne viva


num desastre de intimidade excessiva, a matéria deste blog torna-se tecido orgânico. de uma ponta à outra o rasga uma ferida aberta, expondo a carne viva do que sou, do que trago por dentro. um rosto de menina que há muito perdi - envelhecerei bruscamente, como Duras -, as mãos frias abandonadas na indiferença dos bolsos, os olhos em dolorosa expectância do vazio.
acordou esta noite o buraco no peito, grita e lateja e arde, e à minha volta cresce a noite negra onde aquele canto que tudo sabe me descobre. escrevo como quem escava, pouco há de mim que resista ao deserto. vivo em pleno desencontro, auscultando as ruínas dos sonhos desfeitos. passo os dias a procurar-me entre os escombros.
por vezes acontece doer-me a tua ausência - porque estás aqui mas há muito já partiste para sempre - e em momentos assim, como este, dispo-me de tudo, da própria pele, entristeço mais um pouco, definho e desapareço aos poucos num choro sossegadinho, disfarçado, de que ninguém suspeita.





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segunda-feira, 8 de dezembro de 2003



nota à margem




the tears are welling in my eyes again
i need twenty big buckets to catch them in
twenty pretty girls to carry them down
twenty deep holes to bury them in






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sábado, 6 de dezembro de 2003



constatação


é ilusão isto, adiamento da memória, hibernação da vontade. o coração é frágil, estremece ante o desencontro. e se acaso um feliz equívoco acontece, alimenta-se do engano mais um pouco, adia ainda para outro tempo - impossível - a resolução lúcida.





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inverno #3


chove por dentro destes buracos
no peito

dói o frio nas mãos vazias
- porque o inverno não é feito
senão de mãos que gelam -
e nas ruas
acaso algum engano me leve
aos lugares onde não estás
enegrecem as sombras
sopra o vento mais forte
irado e triste.





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exercício #7


é preciso compreender que não escrevo senão as memórias. mais do que as feridas, escrevo a memória da dor. tu, para quem falo, não existes - senão no rosto que me olho do outro lado do espelho. não serão já minhas as coisas que escrevo, talvez, senão fragmentos que arranco à imagem viva do deserto que me habita. não é isto aquilo que sou. este é apenas o meu ofício.





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inverno #2


é assim
as mãos geladas
os passos tristes
pelo passeio
as próprias ruas
em cinzenta amargura
de te ver partir



in memoriam





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o elogio dos objectos de estimação


este texto já anda em congeminação há muito tempo. desde que li este post. e se continuássemos a partir daqui? façamos o elogio dos nossos objectos estimados.
eu tenho uma pedrinha de lapis lazuli, que anda sempre comigo desde o momento em que me foi oferecida. creio que não seria absurdo dizer que adquiriu, sem que percebesse como, uma aura de sagrado, transformou-se inesperadamente em corpo de amuleto, como se a sorte pudesse fazer assim, apertando os dedos contra a memória azul e lisa de um dia feliz.





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posted by saturnine | 14:24 |


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inverno


camisolas brancas
cachecóis às riscas
um sobretudo cinzento
as mãos perdidas pelos bolsos
as ruas vazias
um telefone mudo
o aperto da saudade
- as palavras mais cortantes
que antes -
assim se constrói
este exílio dos dias frios.





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está frio #2


Escrevo do lado de dentro das paredes brancas que a noite desnuda. A aridez do inverno em cada pedra deste deserto sobre o qual flutuamos, incautos, como se jogássemos à cabra-cega. É uma luz emprestada, esta, dos dias longos de verões já passados, límpida e crua como a distância, 'nítida e precisa' como o vazio.

Inverno 2002





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está frio


and if it gets too late
for me to wait
for you to find you love me
and tell me so
it's ok
don't need to say it.

[...]





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quinta-feira, 4 de dezembro de 2003



o inferno da escrita


recordo Duras e reafirmo que a escrita não salva de coisa nenhuma. pelo contrário - com a argamassa das palavras construí as paredes altas do meu abismo e nele me encerrei, entregue ao amor das pedras. hoje, ao reler textos antigos, percebi que não consigo já respirar dentro deles. são túneis negros os espaços entre as letras. não compreendo ainda, tanto tempo depois, olhando esses estranhos exercícios de violência escrita, de que horror fui possuída. ou aliás... compreendo: Clarice Lispector | A paixão segundo G.H. abrir os olhos pela primeira vez. não era este mundo que eu queria ver.


«- Sabe... suspeito que talvez tenha razão. Já o tem procurado? Chamado por ele, talvez...

- Não faço outra coisa. Por vezes, quando adormeço, sinto que lanço um grito contra a noite. Nesses momentos sinto que ele me ouve, e é como se estivesse presente ali comigo, no lugar vazio do meu corpo. Depois desaparece tudo muito depressa. Acordo envolta em pânico e a ferida começa a latejar. Sangra mais. Chamo o nome dele mas sinto o eco embater nas paredes do silêncio.»


[diálogos do túnel]






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quarta-feira, 3 de dezembro de 2003



oh christmas tree, oh christmas tree



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exercício #6


lembra-te que os ventos que sopram a favor não mudam, ainda assim, o rumo das marés.





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tenho um jardim, uma floresta, um pomar




e está a crescer, graças a alguns de vocês. por isso recordo:


Cada árvore é um ser para ser em nós
Para ver uma árvore não basta vê-a
a árvore é uma lenta reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada
À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses


António Ramos Rosa





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terça-feira, 2 de dezembro de 2003



sei que me acabo, mas persisto


os últimos dias têm-se feito de poucas palavras, coisas pequenas. pequenos enganos e equívocos, pequenas mortes, o mesmo de sempre. porque assim é o frio de Dezembro. apesar de tudo, um lugar sob os cobertores, é a felicidade possível.



[não sei que se passa. ando obcecada com o Snoopy.]





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one is to dream, two is loving you





Vivo sonhando
Sonhando mil horas sem fim
Tempo em que vou perguntando
Se gostas de mim
Tempo de falar em estrelas
Falar de um mar
De um céu assim
Falar do bem que se tem mas você não vem
Não vem

Você não vindo,
Não vindo a vida tem fim
Gente que passa sorrindo zombando de mim
E eu a falar em estrelas, mar, amor, luar
Pobre de mim que só sei te amar

Vivo sonhando | Morelenbaum/Sakamoto (Jobim)





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segunda-feira, 1 de dezembro de 2003



*you and I, we two*




Eu, você, nós dois
Aqui neste terraço à beira-mar
O sol já vai caindo
E o seu olhar
Parece acompanhar a cor do mar
Você tem que ir embora
A tarde cai
Em cores se desfaz
Escureceu
O sol caiu no mar
E a primeira luz lá embaixo se acendeu
Você e eu

Eu, você, nós dois
Sozinhos neste bar à meia-luz
E uma grande lua saiu do mar
Parece que este bar
Já vai fechar
E há sempre uma canção para contar
Aquela velha história de um desejo
Que todas as canções têm pra contar
E veio aquele beijo
Aquele beijo
Aquele beijo

Fotografia | Morelenbaum/Sakamoto (Jobim)





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spot player special




"us people are just poems"
[ani difranco]


*

calamity.spot[at]gmail.com



~*. through the looking glass .*~




little black spot | portfolio
Baucis & Philemon | tea for two
os dias do minotauro | against demons
menina tangerina | citrus reticulata deliciosa
the woman who could not live with her faulty heart | work in progress
pale blue dot | sala de exposições
o rosto de deus | fairy tales








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~*. rearview mirror .*~


maio 2003 . junho 2003 . julho 2003 . agosto 2003 . setembro 2003 . outubro 2003 . novembro 2003 . dezembro 2003 . janeiro 2004 . fevereiro 2004 . março 2004 . abril 2004 . maio 2004 . junho 2004 . julho 2004 . agosto 2004 . setembro 2004 . outubro 2004 . novembro 2004 . dezembro 2004 . janeiro 2005 . fevereiro 2005 . março 2005 . abril 2005 . maio 2005 . junho 2005 . julho 2005 . agosto 2005 . setembro 2005 . outubro 2005 . novembro 2005 . dezembro 2005 . janeiro 2006 . fevereiro 2006 . março 2006 . abril 2006 . maio 2006 . junho 2006 . julho 2006 . agosto 2006 . setembro 2006 . outubro 2006 . novembro 2006 . dezembro 2006 . janeiro 2007 . fevereiro 2007 . março 2007 . abril 2007 . maio 2007 . junho 2007 . julho 2007 . agosto 2007 . setembro 2007 . outubro 2007 . novembro 2007 . dezembro 2007 . janeiro 2008 . fevereiro 2008 . março 2008 . abril 2008 . maio 2008 . junho 2008 . julho 2008 . agosto 2008 . setembro 2008 . outubro 2008 . novembro 2008 . dezembro 2008 . janeiro 2009 . fevereiro 2009 . março 2009 . abril 2009 . maio 2009 . junho 2009 . julho 2009 . agosto 2009 . setembro 2009 . outubro 2009 . novembro 2009 . dezembro 2009 . janeiro 2010 . fevereiro 2010 . março 2010 . maio 2010 . junho 2010 . julho 2010 . agosto 2010 . outubro 2010 . novembro 2010 . dezembro 2010 . janeiro 2011 . fevereiro 2011 . março 2011 . abril 2011 . maio 2011 . junho 2011 . julho 2011 . agosto 2011 . setembro 2011 . outubro 2011 . janeiro 2012 . fevereiro 2012 . março 2012 . abril 2012 . maio 2012 . junho 2012 . setembro 2012 . novembro 2012 . dezembro 2012 . janeiro 2013 . janeiro 2014 .


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~*. spying glass .*~


a balada do café triste . ágrafo . albergue dos danados . almanaque de ironias menores . a natureza do mal . animais domésticos . antologia do esquecimento . arquivo fantasma . a rute é estranha . as aranhas . as formigas . as pequenas estruturas do ócio . atelier de domesticação de demónios . atum bisnaga . auto-retrato . avatares de um desejo . baggio geodésico . bananafish . bibliotecário de Babel . bloodbeats . caixa-de-lata . casa de cacela . chafarica iconoclasta . coisa ruim . com a luz acesa . comboio de fantasmas . complicadíssima teia . corpo em excesso de velocidade . daily make-up . detective cantor . dias com árvores . dias felizes . e deus criou a mulher . e.g., i.e. . ein moment bitte . em busca da límpida medida . em escuta . estado civil . glooka . i kant, kant you? . imitation of life . isto é o que hoje é . last breath . livros são papéis pintados com tinta . loose lips sink ships . manuel falcão malzbender . mastiga e deita fora . meditação na pastelaria . menina limão . moro aqui . mundo imaginado . não tenho vida para isto . no meu vaso . no vazio da onda . o amor é um cão do inferno . o leitor sem qualidades . o assobio das árvores . paperback cell . pátio alfacinha . o polvo . o regabofe . o rosto de deus . o silêncio dos livros . os cavaleiros camponeses no ano mil no lago de paladru . os amigos de alex . Paris vs. New York . passeio alegre . pathos na polis . postcard blues . post secret . provas de contacto . respirar o mesmo ar . senhor palomar . she hangs brightly . some variations . tarte de rabanete . tempo dual . there is only 1 alice . tratado de metatísica . triciclo feliz . uma por rolo . um blog sobre kleist . vazio bonito . viajador


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~*. the bell jar .*~



os lugares comuns: against demons . all work and no play . compêndio de vocações inúteis  .  current mood . filosofia e metafísica quotidiana . fruta esquisita menina aflita . inventário crescente de palavras mais-que-perfeitas . miles to go before I sleep . música no coração  .  música para o dia de hoje . o ponto de vista dos demónios . planos para dominar o mundo . this magic moment  .  you came on like a punch in the heart . you must believe in spring


egosfera: a infância . a minha vida dava um post . afirmações identitárias . a troubled cure for a troubled mind . april was the cruellest month . aquele canto escuro que tudo sabe . as coisas que me passam pela cabeça . fruto saturnino (conhecimento do inferno) . gotham style . mafarricar por aí . Mafia . morto amado nunca mais pára de morrer . o exílio e o reino . os diálogos imaginários . os infernos almofadados . RE: de mail . sina de mulher de bandido . the woman who could not live with her faulty heart . um lugar onde pousar a cabeça   .  correio sentimental


scriptorium: (des)considerações sobre arte . a noite . and death shall have no dominion . angularidades . bicho escala-estantes . do frio . do medo . escrever . exercícios . exercícios de anatomia . exercícios de respiração . exercícios de sobrevivência . Ítaca . lunário . mediterrânica . minimal . parágrafos mínimos . poemas . poemas mínimos . substâncias . teses, tratados e outras elocubrações quase científicas  .  um rumor no arvoredo


grandes amores: a thing of beauty is a joy forever . grandes amores . abraços . Afta . árvores . cat powa . colectânea de explicações avulsas da língua portuguesa  .  declaração de amor a um objecto . declaração de amor a uma cidade . desolação magnífica . divas e heróis . down the rabbit hole . drogas duras . drogas leves . esqueletos no armário . filmes . fotografia . geometrias . heart of darkness . ilustraçãoinício . matéria solar . mitologias . o mar . os livros . pintura . poesia . sol nascente . space is the place . the creatures inside my head . Twin Peaks . us people are just poems . verão  .  you're the night, Lilah


do quotidiano: achados imperdíveis . acidentes quotidianos e outros desastres . blogspotting . carpe diem . celebrações . declarações de emergência . diz que é uma espécie de portfolio . férias  .  greves, renúncias e outras rebeliões . isto anda tudo ligado . livro de reclamações . moleskine de viagem . níveis mínimos de suporte de vida . o existencialismo é um humanismo . só estão bem a fazer pouco


nomes: Aimee Mann . Al Berto . Albert Camus . Ana Teresa Pereira  . Bauhaus . Bismarck . Björk . Bond, James Bond . Camille Claudel . Carlos de Oliveira . Corto Maltese . Edvard Munch . Enki Bilal . Fight Club . Fiona Apple . Garfield . Giacometti . Indiana Jones . Jeff Buckley  .  Kavafis . Klimt . Kurt Halsey . Louise Bourgeois . Malcolm Lowry . Manuel de Freitas . Margaret Atwood . Marguerite Duras . Max Payne . Mia Couto . Monty Python . Nick Drake . Patrick Wolf  .  Sophia de Mello Breyner Andresen . Sylvia Plath . Tarantino . The National . Tim Burton


os outros: a natureza do mal . amigos . dedicatórias . em busca da límpida medida . retalhos e recortes



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...it's full of stars...


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